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Análise: Max Payne 3

Dez anos se passaram desde Max Payne 2, série que inovou na época adicionando alguns elementos inéditos em jogos do gênero se tornando um divisor de águas sendo copiado até hoje. Entre suas maiores novidades era o efeito bullet time, algo parecido com aquele lance no filme Matrix de deixar tudo em câmera lenta pros personagens desviarem dos tiros, unido isso a uma história interessante com um clima noir.

Max Payne é um policial  que teve sua família brutalmente assassinada, sem nada a perder, vai para as ruas de Nova York em busca de vingança e acaba se envolvendo em praticamente uma guerra de máfia. Até que um belo dia, está lá ele chapando o coco em um de seus botecos favoritos, até que aparece um cara chamado Raul Passos, que vê o estado decadente de Max e o convida para um trampo no Brasil, convite esse que é prontamente acusado. Até que um playboy filho de mafioso entra no boteco e começa a mexer com Max e acaba morto, com isso o pai, fodão da máfia no pedaço, bota a cabeça de Max à prêmio e a bandidagem toda saí em seu encalço. Sem alternativa e condições de continuar vivendo ali, Max acaba deixando essa vida pra trás e vem para o Brasil.

O jogo está todo localizado, podemos ver cartazes e pixações em português.

Chegando aqui, encontra um ambiente completamente, ele se torna o chefe de segurança da família Branco, a princípio um trabalho fácil, tomando conta de filhos mimados em festas regadas a drogas e bebidas, até que as coisas começam a sair do controle, com sequestros, corrupção da polícia e esquemas sujos e Max novamente se vê em um inferno.

O enredo pode não ser tão original, mas é forte e pesado, há muitos outros detalhes, mas deixo estes para quem for jogar e conferir, é interessante ver Max “perdido” em São Paulo, um lugar muito diferente de onde veio, com seus contrastes, de prédios luxosos, baladas, favelas e prédios condenados, tentando achar respostas para o inferno que se encontra, tentando entender o que está se passando e ver o quão sujo e corrupto o ser humano pode se tornar.

A São Paulo de Max Payne foi bem construída, apesar de ter mais cara de Rio de Janeiro do que SP, as favelas podem parecer um pouco exageradas, mas estamos falando de um jogo, certo? Existem várias referências como o time de futebol Galations, inspirado no time paulista Corinthians (apesar de usar o uniforme muito parecido com o do Fluminense), ou o Banco Boitatá, cujo logotipo lembra muito o de um banco de verdade, enfim, o pessoal da Rockstar fez um trabalho decente de pesquisa, ainda que não perfeito, sentimos que realmente estamos no Brasil dentro do jogo, lembrando que se trata de um jogo e alguns esterótipos podem ser um pouco exagerados.

Por se passar no Brasil, obviamente o jogo está também em português, mas um pouco diferente do que aconteceu com o primeiro Max Payne, que foi todo dublado em português, aqui tudo é em português, menos o próprio Max Payne, afinal ele é um gringo em um lugar novo e estranho, ele tenta se comunicar com as pessoas algumas falam em inglês, outros não, como na fase da favela por exemplo, tudo isso para fazer sentido com a proposta do jogo, e ficou bem legal, obviamente, para as partes em inglês, há legendas disponíveis.

Graficamente o jogo está muito bonito, os modelos dos personagens estão caprichados e o cenário tem vida, muito bem detalhado, principalmente nas favelas, que contam com estruturas irregulares e diversificadas, porém é algo extremamente diferente de tudo que já foi visto anteriormente na série. O cenário possui elementos que podem ser interagidos, como cadeiras, computadores e outros objetos, a física funciona de forma adequada para estes objetos, quando andamos por eles podemos derruba-los ou afasta-los.

A favela é um dos cenários mais ricos em detalhes.

A física, mecânica e estilo do jogo está intácto, MP3 é um jogo simples, entre numa parte do cenário, mate os inimigos e avance para outra parte, mais pro final começam a aparecer alguns inimigos como se fossem chefes que dão um pouco mais de trabalho. A dificuldade é um pouco avançada em alguns momentos apesar da simplicidade do jogo, em diversos momentos estaremos cercados por inimigos que podem se esconder e pegar o jogador desprevenido. E por falar em cobertura, está é uma novidade, porem deixa a desejar, é possível se esconder atrás de objetos do cenário, porém este recurso é muito limitado, não é possível trocar de cobertura de forma fácil e precisa, assim o jogador acaba ficando exposto em alguns momentos.

Outro ponto que é marca registrada da série, mas 10 anos depois pode ser de certa forma um ponto negativo é a linearidade do jogo, sempre à frente, como dito antes, você entra numa área, mata os inimigos, uma porta se fecha, não é possível retornar para uma área anterior, existem algumas partes douradas de armas escondidas nas fases, se você deixar alguma passar, terá que jogar a fase desde início para acha-las. É um jogo que em determinados momentos testa a paciência do jogador, é um jogo de tentativa e erro, e você se verá morrendo diversas vezes no mesmo lugar, da mesma forma, até conseguir eliminar todos os inimigos para prosseguir.

Max Payne 3 é um clássico instantâneo, ainda que não seja perfeito, é uma continuação digna e ousada, tem a coragem de apostar em um novo ambiente para uma história ainda mais profunda dos que os anteriores, um clima igualmente mais pesado em determinados momentos, lidando com assuntos delicados como tráfico de drogas, órgãos humanos e corrupção da polícia e política, o enredo também não é perfeito, chega a ser meio cliché em alguns momentos, mas nos deixa questionamentos sobre apesar de ser apenas um jogo, o quanto daquilo que vemos na tela realmente acontece na vida real.

MP3 tem um multiplayer competente e divertido.

Outro ponto positivo fica para o modo multiplayer, não é tão variado quanto diversos jogos hoje em dia, mas é capaz de ser muito divertido, incorporando toda a mecânica do jogo singleplayer num confronto online para diversos jogadores, a forma que usaram para implantar o bulett time nesta modalidade foi interessante e a diversidade de armas torna tudo mais legal, nada como pular em câmera lenta pra cima de um inimigo com uma uzi.

Se você curte jogos de ação sem parar, Max Payne 3 é uma das melhores pedidas do momento.










Venão

Gamer que começou com um Master System e passou por todas as gerações após isso. Podcaster, Youtuber e Web Developer. Maior Youtuber sobre Playstation da Ámerica Latina! Se inscreve lá no canal do Youtube pra conferir todos os tutoriais, gameplays dos melhores games e trocar ideia em todas as lives! Clique aqui!

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